Você bebe? Juro que não haverão julgamentos... Mas o alcoolismo é uma patologia grave e existem Políticas Públicas para prevenir, tratar e educar o uso do álcool.
A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Uma política de prevenção, tratamento e de educação voltada para o uso de álcool e outras drogas construída nas interfaces intra-setoriais possíveis aos Programas do Ministério da Saúde, o mesmo ocorrendo em relação a outros Ministérios, organizações governamentais e não-governamentais e demais representações e setores da sociedade civil organizada, assegurando a participação intersetorial.
É reconhecido, portanto, que uma decisão política e visão social são elementos indispensáveis. É necessário reafirmar que o uso de álcool e outras drogas é um grave problema de saúde pública, reconhecendo a necessidade de superar o atraso histórico de assunção desta responsabilidade pelo SUS, e buscando subsidiar a construção coletiva de seu enfrentamento.
A rede – de profissionais, de familiares, de organizações governamentais e não-governamentais em interação constante, apoiando-se mutuamente – que cria acessos variados, acolhe, encaminha, previne, trata, reconstrói existências, cria efetivas alternativas de combate ao que, no uso das drogas, destrói a vida.
CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas)
O CAPS AD é a única unidade de saúde especializada em atender os dependentes de álcool e drogas, que tem por base o tratamento do paciente em liberdade, buscando sua reinserção social e trabalhando por meio de uma equipe multiprofissional, realizando atividades recreativas, educativas e profissionalizantes e palestras educativas.
O CAPS AD oferece atendimento diário a pacientes que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, permitindo o planejamento terapêutico dentro de uma perspectiva individualizada de evolução contínua. Pela importância do apoio familiar, são regularmente feitas reuniões com os familiares.
Certo, existem muitas outras Políticas contra o álcool, mas por que elas existem?
A simples cervejinha no final do dia pode representar bem mais pra muitas pessoas. Uma patologia como o alcoolismo afeta aspectos sociais, psíquicos e físicos de alguém.
O consumo de grandes quantidades de álcool em poucos dias ou de quantidades
menores em pequenos intervalos induz ao estado de dependência física manifestada por
sintomas clínicos quando a concentração de álcool no cérebro declina.
A dependência é explicada fisiologicamente porque o álcool produz na região do
núcleo acumbens (núcleo do prosencéfalo basal próximo ao septo, recebe botões
terminais de neurônios dopaminérgicos provenientes da área tegmental ventral e
acredita-se estar envolvido no reforço e na atenção) um estímulo de reforço para a
atitude compulsiva de beber.
O etanol promove a liberação de dopamina no núcleo acumben, promovendo a
sensação de prazer. Essa mesma liberação ocorre naturalmente com alimento, parceiro
sexual ou água, são portanto, uma estimulação cerebral reforçadora.
Além disso, os álcool apresenta efeitos agudos e crônicos. No caso dos agudos, eles são marcadores da ação inibitória que o álcool tem sobre o Sistema Nervoso Central, assim como anestésicos, causando alegria e loquacidade, por exemplo. A experiência do prazer acontece por um encadeamento de neurônios que interagem dentro do sistema límbico, por meio de diversos neurotransmissores, como por exemplo a dopamina.
Quanto aos efeitos crônicos o álcool causa no sistema límbico uma menor oxigenação, devido à diminuição da circulação do sangue nessa área. Ocorre um desornamento dos processos neurológicos, principalmente do córtex cerebral, que é responsável pelo controle integrador. Os principais processos afetados são aqueles que dependem de treinamento, autocontrole, memória e concentração.
E como é a absorção do álcool?
Quando digerido o álcool é absorvido pelo estômago e intestino delgado. Em razão do álcool ser facilmente solúvel em água ou gordura, boa parte é absorvida diretamente na mucosa do estômago. Caso este órgão esteja vazio a absorção é acelerada e sua chegada no cérebro e fígado mais rápida, apresentando maior probabilidade de causar riscos à saúde e a embriaguez é produzida mais rapidamente.
A metabolização hepática ocorre principalmente por oxidação, devido a ação da enzima citoplasmática álcool-desidrogenase (ADH), que o transforma em aldeído acético. O aldeído acético é uma substância tóxica e é rapidamente convertida pela enzima aldeído-desidrogenase (ALDH) em acetato, que por sua vez se transforma em acetilcoenzima A que participa do ciclo de Krebs, liberando gás carbônico e água. As moléculas de acetil-coenzima A podem também ser utilizadas nas reações anabólicas, como síntese de colesterol, ácidos graxos ou outros componentes do tecido.
CONCLUINDO...
O consumo de álcool não é uma simples brincadeira... É preciso tomar cuidado, pois a dependência dele é um patologia muita grave que afeta tanto quem consome, quanto às pessoas próximas à ela. Além disso, seus danos afetam tanto a esfera física, como psíquica e social.
Então vamos curtir com moderação certo??? Até o próximo post :)
Além disso, os álcool apresenta efeitos agudos e crônicos. No caso dos agudos, eles são marcadores da ação inibitória que o álcool tem sobre o Sistema Nervoso Central, assim como anestésicos, causando alegria e loquacidade, por exemplo. A experiência do prazer acontece por um encadeamento de neurônios que interagem dentro do sistema límbico, por meio de diversos neurotransmissores, como por exemplo a dopamina.
Quanto aos efeitos crônicos o álcool causa no sistema límbico uma menor oxigenação, devido à diminuição da circulação do sangue nessa área. Ocorre um desornamento dos processos neurológicos, principalmente do córtex cerebral, que é responsável pelo controle integrador. Os principais processos afetados são aqueles que dependem de treinamento, autocontrole, memória e concentração.
E como é a absorção do álcool?
Quando digerido o álcool é absorvido pelo estômago e intestino delgado. Em razão do álcool ser facilmente solúvel em água ou gordura, boa parte é absorvida diretamente na mucosa do estômago. Caso este órgão esteja vazio a absorção é acelerada e sua chegada no cérebro e fígado mais rápida, apresentando maior probabilidade de causar riscos à saúde e a embriaguez é produzida mais rapidamente.
A metabolização hepática ocorre principalmente por oxidação, devido a ação da enzima citoplasmática álcool-desidrogenase (ADH), que o transforma em aldeído acético. O aldeído acético é uma substância tóxica e é rapidamente convertida pela enzima aldeído-desidrogenase (ALDH) em acetato, que por sua vez se transforma em acetilcoenzima A que participa do ciclo de Krebs, liberando gás carbônico e água. As moléculas de acetil-coenzima A podem também ser utilizadas nas reações anabólicas, como síntese de colesterol, ácidos graxos ou outros componentes do tecido.
CONCLUINDO...
O consumo de álcool não é uma simples brincadeira... É preciso tomar cuidado, pois a dependência dele é um patologia muita grave que afeta tanto quem consome, quanto às pessoas próximas à ela. Além disso, seus danos afetam tanto a esfera física, como psíquica e social.
Então vamos curtir com moderação certo??? Até o próximo post :)
FONTES:
- COMAD. Conselho Municipal Antidrogas. Prefeitura Municipal de Campo Grande. CAPSAD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas). Disponível em: <http://www.pmcg.ms.gov.br/comad/canaisTexto?id_can=3149>. Acesso em: 06 jun. 2015.
- BRASÍLIA - DF. Grupo de Trabalho em álcool e Outras Drogas. Ministério da Saúde (Org.). Política para a Atenção Integral ao Uso de Álcool e Outras Drogas. 2003. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pns_alcool_drogas.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2015.
- COSTA, Rita Mara Reis. UNICEUB. O álcool e seus efeitos no Sistema Nervoso. 2003. Disponível em: <http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2371/2/20023008.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2015.
Algo que muitas vezes não nos atentamos é que o álcool aumenta o risco de contrair DST/Aids, por retirar inibições e aumentar a incidência de comportamentos de risco.
ResponderExcluirEntretanto, como a relação entre o padrão do consumo do etanol (como o impacto da frequência versus quantidade ingerida) e o aumento do risco para infecção com DST/Aids ainda é discutido é difícil estabelecer políticas públicas precisas. Porém, sabemos que tanto o consumo nocivo de álcool quanto a epidemia de DST/Aids são problemas de saúde pública.
Um homem saudável pode metabolizar entre 7 e 10 gramas de etanol por hora, que equivale a 300 ml de cerveja, 105 ml de vinho ou 30 ml de destilado de 40% de álcool, aproximadamente. Esse metabolismo acontece por duas vias principais. A primeira envolve a a família de enzimas chamada alcool-desidrogenases, e converte o etanol em acetaldeído (ou etanal), como falado no post. A outra via envolve o sistema microssômico de oxidação do etanol, e é ativada pelo consumo crônico. Como parte dessa via envolve o citocromo 450, a depuração de outros fármacos e a produção de subprodutos tóxicos também é aumentada.
GRUPO L
ResponderExcluirMuito importante abordar o tema referente a políticas sociais que permeiam o consumo de álcool, um tema presente no cotidiano e pouco discutido, em virtude de o álcool ser uma droga lícita e de fácil acesso no Brasil. O alcoolismo se caracteriza por uma ingestão repetida de álcool que excede o uso social e dietético da comunidade, interferindo na saúde da pessoa que bebe e no seu funcionamento social e econômico, sendo um fenômeno que depende da interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Assim sendo, requer que políticas sociais (como a Política Nacional sobre o Álcool, instituída pelo decreto de 28 de maio de 2003) funcionem de forma eficaz para atender integralmente à saúde dos que sofrem por essa mazela. No organismo, o etanol será oxidado pelo mecanismo muito bem descrito no post e devido à ocorrência de importantes modificações bioquímicas como o aumento da relação NADH/NAD, formação de aldeído acético, proliferação microssomal (pela indução do sistema MEOS), entre outras, que integram em conjunto, causam dano ao fígado. Vale ressaltar que os efeitos da toxicidade do álcool não se restringem ao fígado, eles são sistêmicos e afetam diversas partes do corpo como mostrado na imagem. Assim, a melhor forma de evitar tais danos é a prevenção, usando as bebidas alcóolicas de forma moderada. Entretanto, quando os casos de alcoolismo ocorrem, devem ser assistidos no âmbito do SUS, cabendo à equipe da Estratégia de Saúde da Família dar uma assistência inicial e contínua aos que necessitam. Assim, deve oferece estratégias, dar endereços para tratamento em grupo de apoio (paciente e família) e encaminhar para outros profissionais e âmbitos de atenção à saúde como o CAPSad.
REFERÊNCIA
MARTIN, Otávio Augusto. Efeito do Consumo de Bebidas Alcoólicas no Organismo – Uma Revisão. Revista Eletrônica de Educação e Ciência - Volume 03 – Número 02 – pag. 07-10, 2013.
GRUPO M
ResponderExcluirO álcool oferece papel nocivo à sociedade, o que deu origem a inúmeras respostas políticas para o enfrentamento dos problemas decorrentes de seu consumo. O diagnóstico e tratamento precoces da dependência ao álcool têm papel fundamental no prognóstico deste transtorno. O problema é que o período médio entre o primeiro problema decorrente do uso de álcool e a primeira intervenção voltada para este problema é de 5 anos, a demora para iniciar o tratamento e a sua inadequação pioram o prognóstico. Um grave problema social relacionado ao consumo de álcool é a violência doméstica, estando envolvido em 50% das situações destas violências. Isso acontece porque o estado de intoxicação pode aumentar as chances de situações violentas, uma vez que o álcool pode aumentar a impulsividade e a agressividade, bem como diminuir a crítica e a capacidade de auto-proteção, aumentando a vulnerabilidade individual para atuar e/ou ser vítima de violência. No entanto, essa associação não pode ser interpretada como uma relação simples de causa-efeito, uma vez que envolve uma série de questões individuais, culturais e do contexto no qual a violência ocorre. Alguns estudos, inclusive questionam o papel do álcool como “causa” no cenário da violência, levantando o quanto que seu consumo poderia estar assumindo mais um caráter de “desculpa” para o comportamento agressivo.
Referências
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pns_alcool_drogas.pdf
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/alcool_violencia.htm
http://www.antidrogas.com.br/mostraentrevista.php?c=109&msg=Entrevista%20com%20Prof.%20Dra.%20Ana%20Regina%20Noto%20-%20Viol%EAncia%20Dom%E9stica%20e%20Consumo%20de%20%C1lcool