terça-feira, 9 de junho de 2015

Álcool tem limite?




        

Você bebe? Juro que não haverão julgamentos... Mas o alcoolismo é uma patologia grave e existem Políticas Públicas para prevenir, tratar e educar o uso do álcool.


A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA A ATENÇÃO INTEGRAL A USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS 

     Uma política de prevenção, tratamento e de educação voltada para o uso de álcool e outras drogas construída nas interfaces intra-setoriais possíveis aos Programas do Ministério da Saúde, o mesmo ocorrendo em relação a outros Ministérios, organizações governamentais e não-governamentais e demais representações e setores da sociedade civil organizada, assegurando a participação intersetorial.

     É reconhecido, portanto, que uma decisão política e visão social são elementos indispensáveis. É necessário reafirmar que o uso de álcool e outras drogas é um grave problema de saúde pública, reconhecendo a necessidade de superar o atraso histórico de assunção desta responsabilidade pelo SUS, e buscando subsidiar a construção coletiva de seu enfrentamento.

     A rede – de profissionais, de familiares, de organizações governamentais e não-governamentais em interação constante, apoiando-se mutuamente – que cria acessos variados, acolhe, encaminha, previne, trata, reconstrói existências, cria efetivas alternativas de combate ao que, no uso das drogas, destrói a vida.



CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) 


O CAPS AD é a única unidade de saúde especializada em atender os dependentes de álcool e drogas, que tem por base o tratamento do paciente em liberdade, buscando sua reinserção social e trabalhando por meio de uma equipe multiprofissional, realizando atividades recreativas, educativas e profissionalizantes e palestras educativas. 

O CAPS AD oferece atendimento diário a pacientes que fazem uso prejudicial de álcool e outras drogas, permitindo o planejamento terapêutico dentro de uma perspectiva individualizada de evolução contínua. Pela importância do apoio familiar, são regularmente feitas reuniões com os familiares.


Certo, existem muitas outras Políticas contra o álcool, mas por que elas existem?

A simples cervejinha no final do dia pode representar bem mais pra muitas pessoas. Uma patologia como o alcoolismo afeta aspectos sociais, psíquicos e físicos de alguém.

O consumo de grandes quantidades de álcool em poucos dias ou de quantidades menores em pequenos intervalos induz ao estado de dependência física manifestada por sintomas clínicos quando a concentração de álcool no cérebro declina. 

A dependência é explicada fisiologicamente porque o álcool produz na região do núcleo acumbens (núcleo do prosencéfalo basal próximo ao septo, recebe botões terminais de neurônios dopaminérgicos provenientes da área tegmental ventral e acredita-se estar envolvido no reforço e na atenção) um estímulo de reforço para a atitude compulsiva de beber. O etanol promove a liberação de dopamina no núcleo acumben, promovendo a sensação de prazer. Essa mesma liberação ocorre naturalmente com alimento, parceiro sexual ou água, são portanto, uma estimulação cerebral reforçadora.

Além disso, os álcool apresenta efeitos agudos e crônicos. No caso dos agudos, eles são marcadores da ação inibitória que o álcool tem sobre o Sistema Nervoso Central, assim como anestésicos, causando alegria e loquacidade, por exemplo. A experiência do prazer acontece por um encadeamento de neurônios que interagem dentro do sistema límbico, por meio de diversos neurotransmissores, como por exemplo a dopamina.

Quanto aos efeitos crônicos o álcool causa no sistema límbico uma menor oxigenação, devido à diminuição da circulação do sangue nessa área. Ocorre um desornamento dos processos neurológicos, principalmente do córtex cerebral, que é responsável pelo controle integrador. Os principais processos afetados são aqueles que dependem de treinamento, autocontrole, memória e concentração.


E como é a absorção do álcool?

Quando digerido o álcool é absorvido pelo estômago e intestino delgado. Em razão do álcool ser facilmente solúvel em água ou gordura, boa parte é absorvida diretamente na mucosa do estômago. Caso este órgão esteja vazio a absorção é acelerada e sua chegada no cérebro e fígado mais rápida, apresentando maior probabilidade de causar riscos à saúde e a embriaguez é produzida mais rapidamente. 

A metabolização hepática ocorre principalmente por oxidação, devido a ação da enzima citoplasmática álcool-desidrogenase (ADH), que o transforma em aldeído acético. O aldeído acético é uma substância tóxica e é rapidamente convertida pela enzima aldeído-desidrogenase (ALDH) em acetato, que por sua vez se transforma em acetilcoenzima A que participa do ciclo de Krebs, liberando gás carbônico e água. As moléculas de acetil-coenzima A podem também ser utilizadas nas reações anabólicas, como síntese de colesterol, ácidos graxos ou outros componentes do tecido. 


CONCLUINDO...

O consumo de álcool não é uma simples brincadeira... É preciso tomar cuidado, pois a dependência dele é um patologia muita grave que afeta tanto quem consome, quanto às pessoas próximas à ela. Além disso, seus danos afetam tanto a esfera física, como psíquica e social.

Então vamos curtir com moderação certo??? Até o próximo post :)


FONTES:

  • COMAD. Conselho Municipal Antidrogas. Prefeitura Municipal de Campo Grande. CAPSAD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas). Disponível em: <http://www.pmcg.ms.gov.br/comad/canaisTexto?id_can=3149>. Acesso em: 06 jun. 2015.
  • BRASÍLIA - DF. Grupo de Trabalho em álcool e Outras Drogas. Ministério da Saúde (Org.). Política para a Atenção Integral ao Uso de Álcool e Outras Drogas. 2003. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pns_alcool_drogas.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2015.
  • COSTA, Rita Mara Reis. UNICEUB. O álcool e seus efeitos no Sistema Nervoso.  2003. Disponível em: <http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/2371/2/20023008.pdf>. Acesso em: 08 jun. 2015.