Nessa semana faremos um post de interesse global, e bastante polêmico...
Vamos tratar de uma Política Social holandesa e uruguaia, fazendo uma comparação com o que vem acontecendo no Brasil.
Holanda
Possui uma política que é muito criticada por permitir o uso de Maconha.
Holanda
Possui uma política que é muito criticada por permitir o uso de Maconha.
Pra começar, o uso não é permitido em público, apenas nos coffeeshops de Amsterdã. Além disso, existem limites máximo para o porte e cultivo e uma idade mínima (18) para a compra. Eles tem uma tolerância especial para as drogas consideradas "leves", mas dê uma olhada nas leis de drogas em Amsterdã:
- A posse de drogas é punível, no caso da cannabis, o limite é de 5g. Se a pessoa simplesmente entregar a droga, não será processada;
- Caso a quantidade de droga supere 5g (quantidade para uso próprio), a pessoa será multada e correrá risco de uma sentença de prisão;
- Menores de idade (18) não podem possuir drogas, a tolerância não se aplica a eles;
- Cultivar em casa é ilegal, mas 5 plantas ou menos pode ser entregue sem muitos riscos de ser processado;
- Drogas pesadas não são permitidas;
- Importação e exportação de drogas é ilegal;
- Não se pode fumar em público, nem usar drogas leves, a menos em coffeeshops.
E o que são coffeshops?
É o local em que a Maconha é vendida e consumida. Lá não se pode ter nenhuma propaganda que possa identificar o coffeeshop, e os coffeeshops oficiais da Holanda possuem uma licença que deve ficar colada na janela (weedpass). Para entrar, é necessário apresentar documento que comprove idade superior a 18 anos. Lá não é permitido a venda de álcool e o consumo de tabaco é proibido dentro do estabelecimento.
Mas como a Maconha age?

Maconha é o nome dado no Brasil ao vegetal Cannabis sativa. A planta produz mais de 400 substâncias químicas que interferem na fisiologia humana, uma delas é o THC (tetrahidrocanabinol) que é a principal responsável pelos efeitos da maconha. Tais efeitos dependem de vários fatores, como quantidade, potência da fumaça inalada em termos de THC, personalidade, influência do meio onde se fuma e se esperam certas sensações.
A ação do THC no sistema nervoso central se traduz pela fixação sobre os receptores canabinóides presentes no cerebelo, hipocampo e córtex, que pertencem à família da proteína G .
Depois da inalação da fumaça, os compostos voláteis da maconha chegam rapidamente à corrente sanguínea por meio dos alvéolos pulmonares e logo produzem efeitos. Alguns dos efeitos fisiológicos prejudiciais são: mudanças no funcionamento dos processos cerebrais (produz atrofia cerebral), prejudica o metabolismo, atrapalha a formação de DNA e RNA, proteínas que são indispensáveis às divisões celulares. Mas pesquisas também estão sendo feitas para comprovar a eficácia desse composto na ajuda contra doenças neurológicas.
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URUGUAI
Em 2013, o país se tornou o primeiro país do mundo a legalizar a produção, a distribuição e venda de maconha sob controle do Estado. Com isso, o governo tem como objetivo tirar o poder do narcotráfico e diminuir a dependência dos uruguaios de drogas mais pesadas.
Pela lei, o Estado assume o controle e a regulação das atividades de importação, produção, aquisição, a qualquer título, armazenamento, comercialização e distribuição de maconha ou de seus derivados.
Todos os uruguaios ou residentes no país, maiores de 18 anos, que tenham se registrado como consumidores para o uso recreativo ou medicinal da maconha poderão comprar a erva em farmácias autorizadas
Mas não é assim tão liberal quanto vocês podem estar pensando... O acesso é por 2 vias: autocultivo pessoal (até seis pés de maconha e até 480 gramas por colheita por ano) e clubes de culturas (com um mínimo de 15 membros e um máximo de 45 e um número proporcional de pés de maconha com um máximo de 99). A lei limita a quantidade máxima que um usuário pode portar: 40 gramas. A legislação também determina o máximo que uma pessoa pode gastar por mês com o consumo do produto.
Segundo o governo, a medida não ampliará o mercado de maconha: a lei simplesmente regulariza o uso para não incentivar o consumo. Mas sempre há oposição e a medida é, até hoje, polêmica...
Enquanto isso, no Brasil...
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu, em janeiro deste ano, pela retirada do Canabidiol (CBD) da lista de substâncias proibidas no Brasil. O uso compassivo foi autorizado pelo Conselho Federal de Medicina para crianças e adolescentes portadores de epilepsias refratárias aos tratamentos convencionais.
Mas, ainda é vedada a prescrição da cannabis in natura para uso medicinal, bem como quaisquer outros derivados, informando também que o grau de pureza da substância e sua apresentação devem seguir os critérios da Anvisa.
Com a decisão da Anvisa, as empresas interessadas poderão produzir e vender derivados de canabidiol após a obtenção de um registro da agência. A aquisição do produto, segundo o órgão, deverá ocorrer de forma controlada, com a exigência de receita médica de duas vias.
Ainda não há evidências científicas que comprovem que os canabinóides são totalmente seguros e eficazes no tratamento de casos de epilepsia, logo a prescrição deve ser feita de modo compassivo, ou seja, o medicamento não é registrado e apenas podem ser prescritos para pacientes com doenças graves e sem alternativa terapêutica satisfatória com produtos registrados no país.
Mas há muito ainda para se falar de legalização no nosso país: na avaliação da presidente Dilma, não cabe a legalização da maconha no Brasil porque é um país onde existe o crime organizado e as principais drogas são o crack e a cocaína. Para a presidente, a "pauta" não é a legalização, mas, sim, o combate ao tráfico e o tratamento de viciados, além da prevenção.
CUIDADO!
É um assunto muito polêmico, e é preciso que muitos repensem até que ponto dar um "tapa" é inofensivo... Mas pensar na maconha como alternativa de tratamentos também é importante.
Esperamos que tenham gostado do post e comente a sua opinião sobre a Legalização da Maconha no Brasil!
Até a próxima :)
Fontes:
- AMSTERDAM GUIDE. Amsterdam Coffee shops Guide. 2015. Disponível em: <http://www.amsterdam.info/coffeeshops/>. Acesso em: 11 maio 2015.
- TOXICOLOGIA (Intoxicação Por Drogas de Abuso). Maconha: Mecanismo de ação. Disponível em: <http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mVIII.maco.htm>. Acesso em: 11 maio 2015.
- SILOCCHI, Bianca Antunes; OLIVEIRA, Fabiola Aparecida de. Efeitos Fisiológicos da Maconha. Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná – Ceulji/Ulbra.
- BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. . Canabidiol é reclassificado como substância controlada. 2015. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu+-+noticias+anos/2015/canabidiol+e+reclassificado+como+substancia+controlada>. Acesso em: 11 maio 2015.
- CONSELHO FEDERAL DA MEDICINA. CFM regulamenta o uso compassivo do canabidiol para crianças e adolescentes com epilepsias refratárias aos tratamentos convencionais. 2014. Disponível em: <http://portal.cfm.org.br/canabidiol/>. Acesso em: 11 maio 2015.
- BBC BRASIL. Uruguai aprova legalização do cultivo e venda da maconha. 2013. G1. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/12/uruguai-aprova-legalizacao-do-cultivo-e-venda-da-maconha.html>. Acesso em: 11 maio 2015.