domingo, 21 de junho de 2015

Lei Seca

Vamos tomar uma e sair de carro pra dar um rolé?


Nem pensar! Nenhuma cervejinha, nem cachacinha, nem qualquer outra substância psicoativa, nem mesmo na "companhia do Santo Daime".

Acho que todos conhecem bem o termo "Lei Seca"....
Pelas probabilidades, se você tem Carteira Nacional de Habilitação - CNH, você deve ser uns dos milhares de brasileiros que já fugiu de uma blitz... Se AINDA não tiver CNH, provavelmente, um dia você tentará evitar uma.

Pois é, há alguns anos, tinha gente bebendo e dirigindo por ai a vontade. Até porque a fiscalização não era tão eficaz contra aqueles que ultrapassavam a quantidade máxima permitida. Hoje, a tolerância para sanções administrativas é nula. E além de multas e perda da CNH, o motorista ou aquele que permitir pessoa alcoolizada dirigir poderá ser preso se for constatado seu nível de embriaguez.

O Código de Trânsito Brasileiro - CTB (lei 9053/97), estabeleceu, desde 2008, em seu artigo 165, que dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência é uma Infração gravíssima, tendo como penalidade multa e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses e até apreensão do veículo. (Agora você sabe porque aquele seu amigo que dirigia só está pegando táxi).

Caso a concentração de álcool  seja  igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar ou caso hajam sinais de alteração da capacidade psicomotora, o condutor de veículo automotor pode ser punido com pena de detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se adquirir permissão para dirigir.

Mas por que esse alarde todo por uma latinha de cerveja? Ou por um baseadinho? Ou ainda por uma xícara de chá do Santo? Esse povo não tá exagerando?

Bem, pode até parecer. As pessoas consomem substâncias psicoativas porque esperam tirar benefício de tal consumo, seja por prazer ou para evitar dores, incluindo o consumo social. Mas o seu consumo também pode implicar potencial de dano, a curto ou a longo prazo, como exemplo temos os efeitos biológicos, agudos ou a curto prazo, da substância sobre a saúde, que incluem principalmente dose excessiva (overdose), para drogas tais como os opioides e o álcool.

Nesta última categoria também estão classificados os acidentes automobilísticos devidos a efeitos de substâncias sobre a coordenação física, a concentração e sobre o discernimento, em circunstâncias onde sejam necessárias tais qualidades. Os acidentes resultantes da condução de veículos depois de consumo de álcool ou de outra substância são bem evidentes nesta categoria.



COMO ESSAS SUBSTÂNCIAS ATUAM NO NOSSO CORPO?

O cérebro contém dezenas de tipos diferentes de mensageiros químicos. Cada neurotransmissor específico liga-se a um receptor específico tal como uma chave a uma fechadura. A relação de neurotransmissor a receptor pode resultar num certo número de diferentes alterações na membrana pós-sináptica. Os receptores recebem o nome do tipo de neurotransmissor com o qual se ligam de preferência, por exemplo, receptores de dopamina e receptores de serotonina. Cada tipo de receptor também tem muitos subtipos. 

As substâncias psicoativas têm a propriedade de imitar os efeitos de neurotransmissores naturais ou endógenos, ou de interferir com a função normal do cérebro bloqueando uma função, ou alterando os processos normais de acumulação, liberação e eliminação de neurotransmissores. 

Um mecanismo importante de atuação das substâncias psicoativas é o bloqueio da recaptura de um neurotransmissor depois da sua liberação pelo terminal pré-sináptico. A recaptura é um mecanismo normal de eliminação do transmissor da sinapse pela membrana pré-sináptica. 

Bloqueando a recaptura, os efeitos normais do neurotransmissor são exacerbados. As substâncias psicoativas que se ligam e reforçam as funções dos receptores são chamadas agonistas, enquanto as que se ligam para bloquear a função normal são chamadas antagonistas.


E QUE MAL TEM NISSO?


Uma parte importante da carga mundial da morbidade e da incapacidade pode ser atribuída ao consumo de substâncias psicoativas. O consumo de álcool contribui de maneira importante para a carga total. Assim, medidas para reduzir os danos resultantes do tabaco, do álcool e de outras substâncias psicoativas são uma parte importante das políticas sociais.



Veja agora quanto tempo em média o álcool leva para desaparecer de seu corpo:

Um copo de cerveja (350 ml) – 1 hora;
Uma dose de vinho (150 ml) – 1 hora e 25 minutos;
Uma dose de uísque, tequila ou pinga (50 ml) – 1 hora e 15 minutos.
E não adianta reclamar dizendo que o aparelho está estragado, a margem de erro do bafômetro, segundo o Inmetro, é de apenas 1 %.



FONTES:
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/lei_seca/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm
http://www.brasilescola.com/quimica/lei-seca.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12760.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11705.htm
http://www.who.int/substance_abuse/publications/en/Neuroscience_P.pdf
http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/como-drogas-e-outras-substancias-psicoativas-agem-em-nosso-corpo

Gripe? Xô pra lá!



E aí, pessoal? Hoje é o primeiro dia do inverno e nessa época é comum ficarmos em lugares fechados para evitarmos o frio. Mas junto com o frio desses dias, chegam também as doenças respiratórias. Resfriados, gripes, rinites e tantas outras “ites” atacam mais no inverno. Mas vamos focar na gripe? Há diversas maneiras de evitar essa doença e uma delas é a vacina contra a gripe, disponibilizada de graça pelo Governo nos postos de saúde.


O Brasil é referência mundial em vacinação e o Sistema Único de Saúde (SUS) garante à população brasileira acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda assim, muitas pessoas deixam de comparecer aos postos de saúde para atualizar a carteira de vacinação, e também de levar os filhos no tempo correto de aplicação das vacinas.


Nesse ano, a campanha de vacinação contra a gripe foi até o dia 05 desse mês. A ideia era alcançar a meta de vacinar, pelo menos, 80% do público prioritário. Um balanço do Ministério da Saúde indica que, até o dia 22 de maio, foram vacinadas mais de 23 milhões de pessoas, o que representa 46,2% do público-alvo, formado por 49,7 milhões de pessoas, consideradas com mais riscos de desenvolver complicações causadas pela doença.

Ok, mas quem faz parte desse público-alvo? A definição dos grupos prioritários segue a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), além de ser respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias. São priorizados os seguintes grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias:


- Idosos com mais de 65 anos

- Grávidas
- Crianças pequenas, entre 6 meses e 5 anos (antes era só até os 2 anos)
- Índios
- Profissionais da saúde


Mas o Ministério da Saúde também divulgou em nota que, além do grupo prioritário, também foram aplicadas 3,5 milhões de doses nos grupos de pessoas com comorbidade, população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional.

O vírus



O vírus Influenza é uma partícula esférica que tem um diâmetro interno de aproximadamente 110 nm* e um núcleo central de 70 nm. A superfície é coberta por proteínas de aproximadamente 10 nm de comprimento com funções essenciais ao vírus: a hemaglutinina, responsável pela entrada do vírus nas nossas células onde este se irá multiplicar; e aneuraminidase permite a libertação dos novos vírus que irão à conquista de novas células. O vírus da gripe apresenta um genoma constituído por segmentos de ácido ribonucleico (ARN), o qual codifica, entre uma grande variedade de proteínas virais, as proteínas acima mencionadas.

São ortomixovírus, com três tipos antigênicos: A, B e C. O mais importante epidemiologicamente é o tipo A, capaz de provocar pandemias, seguido do tipo B, responsável por surtos localizados. O tipo C está associado com a etiologia de casos isolados ou de pequenos surtos.

A variabilidade das proteínas virais, Hemaglutinina (H) e Neuraminidase (N), no vírus da gripe A, está na base da sua classificação em diferentes subtipos (por exemplo, H5N1 ou H1N1). Atualmente conhecem-se 16 tipos diferentes de hemaglutinina (H1-H16) e 9 de neuraminidade (N1-N9). É a sua combinação que define o subtipo de vírus da gripe A expresso, o qual apresentará uma resposta epidemiológica e clínica específica.

Os vírus da gripe têm formas distintas (são pleiomórficos). Vírus que são mantidos em laboratório são predominantemente esféricos ou elípticos, e vírus isolados de amostras clínicas são filamentosos. Vírus utilizados para vacinas são produzidos em ovos embrionados e têm uma forma esférica. E saber isto é importante? É.

A forma filamentosa pode facilitar, por exemplo, a transmissão do vírus de uma célula onde foi produzida, para a célula adjacente ou facilitar a passagem do vírus pela camada de muco que protege os pulmões. A morfologia do vírus traz grandes consequências para a infecção. Qualquer virião tem de entrar na célula para conseguir replicar-se. A célula tem cerca de 40 micrómetros de largura, o que dificulta a entrada de vírus filamentosos. Os mecanismos celulares que permitem aos vírus filamentosos penetrarem nas células ainda não estão bem caracterizados pela ciência mas são bem diferentes da dos esféricos, cujo mecanismo está bastante bem elucidado, sendo uma área bem interessante na investigação e que pode inclusivamente dar origem a novos medicamentos antivirais. Afinal, se o vírus não conseguir entrar na célula, não conseguirá provocar doença.


Os vírus da influenza causam doença respiratória aguda, denominada influenza ou gripe, caracterizada clinicamente por febre alta, calafrios, cefaleia, mal estar, mialgia e tosse seca. Conjuntivite, dor abdominal, náusea e vômitos são frequentes. Em crianças pequenas o quadro clínico pode simular uma sepse. O mal estar geral pode persistir por vários dias e até mesmo semanas. Pode ocorrer miosite - inflamações musculares -, com dores musculares e dificuldade de andar.


A Vacina



No Brasil, a vacina contra a gripe é feita com vírus morto. Ela contém apenas algumas proteínas específicas do vírus Influenza, chamadas de antígenos, que são capazes de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos.


Existe uma diferença entre os vírus que causam a gripe, mas ela não muda os sintomas da doença. Nós temos o vírus de influenza A e o influenza B. Assim, as vacinas são trivalentes, ou seja, imunizam contra três tipos de vírus diferentes. 



A composição da vacina é recomendada anualmente pela OMS, com base nas informações recebidas de todo o mundo sobre a prevalência das cepas circulantes. Dessa forma, a cada ano a vacina da gripe muda, para proteger contra os tipos mais comuns de vírus da gripe circulantes no ano anterior. Por isso é importante os grupos de riscos serem vacinados anualmente!

A vacina disponibilizada pelo Ministério da Saúde em 2015 protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). 


É importante lembrar que a vacina contra influenza é segura e também é considerada uma das medidas mais eficazes na prevenção de complicações e casos graves de gripe!


Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, o ideal é realizar a imunização antes do início do inverno, por isso a campanha foi só até o dia 05, para que todos dos grupos de riscos já estivessem imunizados para esse inverno. É claro que isso não impede alguém que não se vacinou de tomar a vacina num período posterior.

Outro fato que devemos destacar é que é mito essa história de que podemos contrair a doença pela vacina. Após a aplicação da vacina pode ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema e enrijecimento. São manifestações consideradas comuns, cujos efeitos costumam passar em 48 horas, mas não há como ficar gripado por conta da vacina contra a gripe ;P

Mas uma dica: A vacina não é recomendável para quem tem alergia à proteína do ovo (albumina) – usada na fabricação – ou para quem teve reações adversas a doses anteriores.

Sobre anticorpos...



Em 2011, cientistas dos Estados Unidos descobriram um anticorpo que age contra 30 das 36 cepas da gripe. A descoberta representa um grande avanço na busca de um tratamento universal e de uma vacina contra a doença.

O novo anticorpo, denominado CH65, consegue aderir na superfície do vírus da gripe, denominada hemaglutinina, a qual sofre mutação a cada temporada, forçando os especialistas a projetar regularmente uma nova vacina.

"O que isto nos diz é que o sistema imunológico humano pode ajustar sua resposta à gripe e de fato produzir, embora com uma frequência baixa, anticorpos que neutralizam toda uma série de cepas", disse o autor principal do estudo, Stephen Harrison, do Hospital Infantil de Boston, Massachussetts.

Bom, pessoal, a postagem de hoje fica por aqui! Mais informações sobre a gripe e a vacina, dá uma olhada nesses links que usamos como referência: