quinta-feira, 21 de maio de 2015

Você é Normal ou Cesárea?





Não sei vocês, mas eu nasci de parto cesáreo... E essa vem sido uma tendência a cada vez mais  comum entre as mamães. 

Com isso o Ministérios da Saúde e a Agência Nacional de Saúde (ANS) começaram desde de outubro de 2014 a anunciar medidas de incentivo ao parto normal. Foi mencionado pelo ministro da Saúde que o número de cesarianas desnecessárias no Brasil era estrondoso e ressaltado que o parto não deve ser visto como uma questão de consumo, e sim de Saúde Pública. 

Essas iniciativas seriam abertura de consulta pública, para colher sugestões da sociedade civil e dos conselhos de saúde para regulamentar o acesso à informação, de forma que a mulher possa solicitar taxas de cesáreas e de partos normais por estabelecimento de saúde e por médico, independente de estarem grávidasou não.


Além disso, o ministério defendeu o estímulo a uma nova formação dos profissionais e mudanças no modelo de atenção dentro dos hospitais com treinamento de equipes, envolvimento e participação de profissionais de enfermagem. Aliado a isso, deveria haver humanização do ambiente hospitalar.


Mas qual o problema do Parto Cesáreo?


Quando não tem indicação médica, a cesariana ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em até 4 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Seguem algumas complicações que podem acometer a gestante:
  • Maior risco de infecções.
  • Maior risco de trombose dos membros inferiores.
  • Maior risco de hemorragias.
  • Maior risco de reações aos anestésicos.
  • Recuperação mais prolongada após o trabalho de parto. 
  • Maior incidência de dor no pós operatório


E o que ocorre no Parto Normal?

    É algo natural. O parto normal não causa risco de hematomas, infecções ou complicações para a mãe nem para o bebê. É um tipo de parto que acontece naturalmente, no momento certo de o bebê nascer.

    Ao realizar parto normal o organismo da mãe produz ocitocina e prolactina, hormônios naturais que aceleram a descida do leite, e em um prazo máximo de 48 horas mãe e bebê recebem alta hospitalar e vão para casa.

    Mas até ocorrer todo esse processo, desde o trabalho de parto, às contrações musculares e o vínculo mãe e filho após o parto, ocorrem por meio de um hormônio já citado: Ocitocina.

    Ocitocina, fale mais sobre isso...

    Ok Ok!


    É um peptídeo formado por nove aminoácidos. Na molécula de ocitocina pode-se observar a ligação dissulfeto entre os resíduos de cisteína, além das inúmeras ligações peptídicas, o que faz com que possamos encontrar diversos grupos amida (-CONH) em sua moléculas.

    A ocitocina é um hormônio produzido apenas em mamíferos e também age como um neurotransmissor. Ela é produzida nos núcleos paraventriculares do hipotálamo (PVC) pelos neurônios magnocelulares, mas é liberada somente na neuroipófise. Tem receptores em diversos locais do corpo, incluindo o sistema cardiovascular.

    A ocitocina foi o primeiro hormônio polipeptídico a ser sequenciado e sintetizado, MAS quando é ministrada ocitocina sintética a uma mulher durante o trabalho de parto, o número de receptores de ocitocina no útero é reduzido pelo corpo para prevenir uma estimulação em excesso.³ Isso significa que a mulher tem maiores riscos de hemorragia pós-parto, pois sua própria liberação de ocitocina, crítica nesse momento para contrair o útero e prevenir a hemorragia, será inútil devido ao baixo número de receptores.




    Bom gente, esperamos que tenha ficado aí a reflexão quanto à "modinha" que vem aumentado no Brasil de parto cesáreo desnecessariamente... 

    Até o próximo post! :)





    Fontes:
    http://blog.planalto.gov.br/ministerio-da-saude-e-ans-anunciam-medidas-de-incentivo-ao-parto-normal/
    http://www.labjor.unicamp.br/midiaciencia/article.php3?id_article=523
    http://www.mdsaude.com/2013/10/parto-cesariana.html
    http://www.mundoeducacao.com/biologia/vantagens-parto-normal.html
    http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizarMolecula.php?id=GIDj94JSw3UbXbHfqjR2GewtL-19lwamuOROMWZcpI17WbSPa86rfFXmMr17d1qiz15B6jn2RclWp2SzNZC9WQ==

    4 comentários:

    1. GRUPO L
      Muito boa a abordagem desse tema tão relevante no post de você! Na verdade o governo federal na competência do Ministério da Saúde tem se preocupado com a questão de diminuir os partos cesáreos e aumentar os partos normais há um tempo: em 2000 foi criado o Programa de humanização do parto e nascimento, em 2006 a Campanha Nacional de Incentivo ao Parto Normal e Redução da Cesárea Desnecessária e em 2008 a Política Nacional pelo Parto Natural e Contra as Cesáreas Desnecessárias, em parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Entretanto o que se percebia eram elevadas taxas de morbimortalidade materna e infantil, sobretudo a neonatal, uma rede de atenção fragmentada e pouco resolutiva e um modelo inadequado de atenção, não respeitando as evidências científicas, os princípios de humanização do cuidado e os direitos da mulher e da criança. Assim, ocorria uma banalização da cesariana - 52% no Brasil, 2010 e também parto com intervenções desnecessárias (episiotomia, tricotomia, excessiva analgesia). Por isso, foi criada em 2010 a Rede Cegonha. Essa estratégia inovadora do Ministério da Saúde tem como um dos seus princípios norteadores a normalidade do processo de parto e nascimento como um evento fisiológico e social focando no protagonismo e autonomia da mulher. Assim, é preciso que essa proposta da rede cegonha seja posta em prática no universo do nosso SUS para que essa questão da banalização do parto cesáreo seja superada. Outro ponto abordado por vocês que merece destaque é o uso da ocitocina sintética nos partos. Quando é ministrada ocitocina sintética a uma mulher durante o trabalho de parto como foi dito no post, o número de receptores de ocitocina no útero pode ser reduzido pelo corpo para prevenir uma estimulação em excesso. Isso significa que a mulher tem maiores riscos de hemorragia pós-parto, pois sua própria liberação de ocitocina, crítica nesse momento para contrair o útero e prevenir a hemorragia, será inútil devido ao baixo número de receptores. A ocitocina materna atravessa a placenta e entra no cérebro do bebê durante o trabalho, preparando o feto para o parto ao aumentar a resistência dos tecidos à falta de oxigênio e ao trauma do nascimento. A ocitocina sintética, porém, não tem a capacidade de atravessar a parede placentária, e não atingirá o organismo do bebê. Esse fato deverá trazer algumas consequências adversas para o recém-nascido já que o consumo de oxigênio em seu cérebro não irá diminuir. Assim, os benefícios de um parto natural são bem maiores e por isso deve ser estimulado cada vez mais. =)
      REFERÊNCIAS:
      MANUAL PRÁTICO PARA IMPLEMENTAÇÃO DA REDE CEGONHA. Ministério da Saúde.
      YAMAGUCHI, Eduardo Tsuyoshi; CARDOSO, Mônica Maria Siaulys Capel; TORRES, Marcelo Luis Abramides. Ocitocina em cesarianas: qual a Melhor Maneira de Utilizá-la?. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas , v. 57, n. 3, p. 324-350, June 2007 . Available from . access on 26 Apr. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-70942007000300011.

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    2. GRUPO B
      Postagem interessante. Nos últimos anos o parto foi um procedimento que passou a ser extremamente medicalizado. O surto de cesáreas em qualquer tipo de gestação provoca os danos a saúde da mãe e do bebê como foi explicado por vocês. Ressurgindo das cinzas, o parto normal volta a ser sinônimo de saúde. Aprofundando a respeito do uso da ocitocina sintética durante o trabalho de parto normal, encontrei algumas considerações importantes, "o problema quanto à ocitocina sintética é que não há meios precisos para medir seus efeitos no útero e a ação de uma mesma dose da droga varia de uma mulher para outra, o que pode levar a aumento excessivo da frequência das contrações e prejuízos para o bebê. A indução e o aceleramento artificial das contrações sem uma indicação precisa podem resultar em dificuldades na oxigenação do bebê e dano cerebral no recém-nascido”, diz a ginecologista e obstetra Maria Helena Bastos, consultora nacional em saúde da mulher da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Até a próxima!
      REFERÊNCIAS
      http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/por-um-parto-seguro/rotina-desnecessaria-e-perigosa

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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    4. GRUPO M
      Pois é, como já foi dito, atualmente há grande banalização do parto cesáreo. A cesárea é uma cirurgia e só é recomendada quando há complicações reais para a mãe e para o bebê. Existem muitos mitos que levam à escolha do parto cesáreo, como quando o bebê está com o cordão umbilical enrolado no pescoço, quando ele é muito grande, ou ainda na gravidez de gêmeos.
      A exagerada popularização da cesárea nas últimas décadas provocou na população a falsa impressão de que o parto por cesárea é mais seguro e acarreta menos complicações para o bebê, quando o que ocorre é justamente o oposto. Como as cesáreas costumam ser agendadas há um aumento na quantidade de bebês prematuros, isto acontece porque a idade gestacional não pode ser calculada com exatidão, o que faz com que nascimentos ocorram muito antes do recomendado, algo associado a problemas respiratórios no bebê. No entanto, não podemos negar que a cesariana é um recurso valioso para salvar vidas como quando há prolapso do cordão umbilical, que interrompe o fluxo de sangue para a criança ou quando a placenta se desloca e bloqueia a saída do bebê, fenômeno conhecido como placenta prévia total.
      Referências
      http://www.brasil.gov.br/saude/2015/01/parto-normal-fortalece-a-saude-do-bebe
      http://www.mdsaude.com/2013/10/parto-cesariana.html
      http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/04/normal-ou-cesarea-conheca-riscos-mitos-e-beneficios-de-cada-tipo-de-parto.html

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